A Câmara do Porto vai avançar com duas intervenções de requalificação no coração da Baixa da cidade, na zona da Movida, para transformar as ruas Cândido dos Reis e Galeria de Paris em espaços prioritariamente pedonais. As duas obras, a cargo da GO Porto, enquadram-se na estratégia municipal de valorização do espaço público e de promoção da mobilidade suave na área central da cidade.
A intervenção arranca, esta segunda-feira, 13 de outubro, na Rua de Cândido dos Reis, e terá uma duração estimada de dois meses. Até ao final do mês, e com um prazo de execução de seis meses, dada a maior complexidade técnica, os trabalhos alargam à Rua da Galeria de Paris.
A data de arranque das intervenções foi definida em articulação com os comerciantes locais para reduzir constrangimentos durante o período de maior afluência turística e comercial durante o verão. Assim, durante o período de obras, o comércio local manter-se-á em funcionamento, garantindo a vitalidade diurna e noturna da zona.
A intervenção na Rua de Cândido dos Reis, a cargo do Gabinete do Espaço Público da GO Porto, corresponde à segunda fase de uma empreitada de pedonalização do centro histórico, que já incluiu as ruas de Santa Teresa e da Fábrica. Com um valor global de adjudicação de 251 mil euros, a obra prevê o levantamento e reposição do pavimento da via ao nível dos passeios, a remoção dos dissuasores e o redimensionamento das caldeiras das árvores, ajustando-as à dimensão atual das raízes.
Com esta intervenção, o espaço passará a ser predominantemente pedonal, mantendo a coexistência entre peões e veículos autorizados, tal como nas ruas já requalificadas. A reorganização do pavimento e a sobrelevação da faixa de rodagem reforçarão a continuidade urbana da zona, uniformizando materiais e cotas até aos cruzamentos adjacentes.
Com arranque previsto para o fim do mês de outubro, a obra na Rua da Galeria de Paris será uma requalificação profunda, com um prazo de execução de 180 dias. A empreitada transformará a artéria numa rua com melhores condições para a circulação pedonal, mas também vai intervir em infraestruturas enterradas, como a rede de saneamento, os ramais de águas pluviais e a infraestrutura do Porto Digital.
O projeto resgata o desenho histórico do início do século XX, recriando o padrão da antiga Praça de D. Pedro — atual Praça da Liberdade — em calçada portuguesa de pedra branca e negra. Os passeios existentes em cubo miúdo de granito e calcário serão preservados e integrados no novo desenho, e as antigas áreas de estacionamento passam a espaço pedonal.