13/05/2015

As peças são compostas por três pedras artificiais em betão, recobertas parcialmente a azulejos pintados e pré-moldados artesanalmente pela artista e fazem parte de um conjunto de 19 elementos.


A artista explicou que a obra foi desenvolvida no âmbito de uma trienal de escultura na Bélgica, cujo projeto pretendia mostrar a ligação de Portugal à Flandres, no século XVII, através do comércio de azulejos.


Com a instalação numa zona histórica da cidade do Porto, Dalila Gonçalves diz que "o trabalho ganhou outra dimensão", quase de "cidades móveis que se vão instalando em sítios, cujo património arquitetónico lhes é caro". A artista afirmou ainda no final da inauguração que "instaladas em São Bento, ainda há mais uma layer de significado, porque remete para esta mobilidade, para o que são as nossas memórias, as memórias do espaço onde nos movemos". "Para muitos povos estes azulejos lembrar-lhes-ão as próprias cidades", referiu à comunicação social.


Já o vereador da cultura da Câmara Municipal do Porto destacou que o Programa de Arte Pública lançado pela autarquia é "tendencialmente infinito". Ficamos muito contentes com a circunstância de, num lapso de tempo relativamente curto, alguns meses, termos já tido oportunidade de colocar três obras no espaço da cidade, sobretudo na parte da cidade mais ligada ao passado, ao património", referiu Paulo Cunha e Silva.


O responsável adiantou que a próxima obra será, em princípio, do escultor Rui Chaves, num projeto financiado pela Misericórdia do Porto e que "estabelece uma relação com um dos quadros mais famosos da cidade e do acervo da Misericórdia".


O Programa de Arte Pública (oficialmente lançado a 25 de fevereiro 2015 com a inauguração do painel de Fernando Lanhas no topo nascente do túnel da Ribeira) é desenvolvido em parceria com diversas entidades públicas e privadas que dão apoio mecenático à produção e instalação de obras e cujo envolvimento é assinalado publicamente em placas de inauguração, colocadas junto às respetivas obras.


Este ano o Programa já inaugurou o painel de Fernando Lanhas, a obra de João Louro "Dead End #15, da Série Dead Ends - "Highway Panels", às quais se junta agora "Kneaded Memory/Memória Amassada", da artista Dalila Gonçalves.

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